Quem
visita a cidade de São Manuel tem em mente e já ouviu falar que é a terra de
Tonico e Tinoco, no entanto, o município que muito contribuiu com gente de
qualidade em todas as áreas também contribuiu na área sertaneja, não! São
Manuel não é a terra somente de Tonico e Tinoco, embora estes são expoentes do
mundo no que tange à música sertaneja brasileira, mais devemos aqui relevar
homenagens a João Campeiro que em sua época era tão importante e famoso quanto.
João
Batista Moglia (João Campeiro) nasceu em São Manuel em 24 de junho de 1941,
ganhou de seu pai Gaudino, aproximadamente aos 9 anos, seu primeiro instrumento
que foi um cavaquinho e logo aprendeu a tocar, a música já estava no sangue.
Nesta época ele já cantava com seu irmão Lucio Moglia.
João
Moglia iniciou sua carreira formando dupla com Zé Trigueiro. A dupla era
chamada de “Zé Trigueiro e João Batista e ficou conhecida pela música “Volta
por Cima” (1964), musica esta que era de autoria de João sendo gravada no ano
de 1964, tal canção ganhou o troféu Chapéu de Palha. Posterior a isso a dupla
se separou João Moglia passou a cantar solitário e procurando um parceiro para
a formação de nova dupla, quis o destino que na sede da UASP num ensaio de roda
de violeiros fossem colocados frente a frente João Moglia e Garcia, ambos
chegaram à conclusão que poderiam formar uma dupla. Assim na década de 60 nasceu a dupla Garcia e
João Campeiro.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj066f-ssnbQF06946J935EXHINjEBKE5xrLFd92YmO_Lt9E0fL9gNsAsGa3f1MB90IeqplJGLQ2adu7xlBFDOVRvns8bemwa0Ayi5xRZc-Ha-yXBSo7XVOtmVGvz0dXlxlEgqMbFHPp78/s200/6.png)
“A conversão ao Evangelho, Deus mudou a história do então famoso João Campeiro, em seus últimos dias de vida se converteu, e gravou com seu filho José Moglia uma música da Shirley Carvalhais, "Árvore da cruz" (que foi gravada em 12 de julho de 1992), e após essa gravação na mesma semana ele perdeu sua voz. ”
João Campeiro faleceu em 26 de outubro de 1992, a
voz do poeta se calou. São Manuel tem esta dívida em homenagear seu filho que
há muito levou o nome de nossa cidade nos rincões do Brasil. Certamente é uma
dívida que nosso município deve a este que foi um dos grandes da nossa música
sertaneja de raiz.
Não podemos mais tratar estes grandes homens com a
pequenez do esquecimento.
Seu filho José Móglia descreve em seu blog, sua
trajetória e a importância deste homem para a música brasileira uma carta in memoriam, emocionada:
“São Paulo, 26 de outubro de 2013.
Carta à João Campeiro, pai, marido,
trabalhador, músico, cantor e amigo!! (In Memoriam - 24/06/41 à
26/10/1992).
Sei que não podes lê-la agora, mas na
eternidade vou poder vê-lo e dizer pessoalmente o quanto o amamos em vida, e
como foi bom tê-lo como o sacerdote e cabeça de nosso lar, sem dúvidas
tivemos um grande homem que viveu entre nós.
Pai querido e amado, minha alegria é
escrever sabendo que estás com Cristo, vivo e certamente nos aguardando, digo a
ressurreição dos mortos, quando Deus nos dará o privilégio de termos um corpo
ressurreto, restaurado e glorioso, e aí vou vê-lo e nos alegraremos porque
nossos nomes estão escritos no livro da vida (nós que cremos e aceitamos Jesus
Cristo como salvador de nossas almas) e breve chegará o tempo em que estaremos
para sempre com o Senhor!
Em quanto isso, como não lembrar depois
de 21 anos de alguém tão especial?
Um ser humano criado à imagem e
semelhança de Deus, o ser mais especial de Deus, único, desenhado pelo dedo
divino, porém como todo homem que veio após Adão, somos pecadores, sujeitos aos
pecados e a termos erros e acertos, sonhos e esperanças, dificuldades e
bênçãos, mas graças a Deus que nos cercou com sua eterna e bondosa graça em
Cristo Jesus que nos amou e nos escolheu desde a eternidade. Certamente é algo
bom relembrar de cenas e momentos especiais vividos em família, quantas noites
nós (filhos), juntos com a tia Iracema (in memoriam), tio Milton, vô Gaudêncio
(in memoriam), tio Lúcio (in memoriam), e os nossos queridos primos sentávamos
todas as noites e proseávamos, e até altas horas ríamos e falávamos da família
em geral, do passado, de histórias do interior vividas por vocês, e dos
momentos em que o senhor era sucesso no Brasil, de quando cantou o “pagode de
Brasília” no palanque onde Juscelino Kubitschek discursava em
Brasília e como sacudiu Brasília com a música sertaneja raiz, onde brasileiros
cheios de sonhos e esperanças o ouviam sobre suas expectativas ao Brasil, ou
mesmo quando a tia Iracema falava de quando se apresentou no circo da Vila
Brasilândia e simplesmente não tinha lugar, pois todos queriam te prestigiar e
vê-lo, desse disco “Vencendo Sempre”, a onde a música “Arrependida”
tornou-se um clássico pelo mundo a fora, e o “pagode dos treze” que
foi uma música engraçada e um sucesso mesmo
diante de um número que para muitos era considerado azarado, e também de suas viagens por todo Brasil, e de quando ia e voltava sem documentos, sem os ternos (isso aconteceu várias vezes), mas de todas suas aventuras pelo Brasil e fora em outros países da América do Sul, também lembro (dos relatos contados por tia Iracema, minha mãe e por você “João Campeiro”) do saudoso programa “Festa na Roça” a onde se apresentava em todos os domingos e inclusive a música “Chaves do Apartamento” do disco arrependida que era uma febre, ao chegar no palco as pessoas pegavam suas chaves e balançavam, pena que os arquivos da rede Record (TV Tupi) se perderam num incêndio, puxa como faz falta essas fotos e gravações que se foram!.
diante de um número que para muitos era considerado azarado, e também de suas viagens por todo Brasil, e de quando ia e voltava sem documentos, sem os ternos (isso aconteceu várias vezes), mas de todas suas aventuras pelo Brasil e fora em outros países da América do Sul, também lembro (dos relatos contados por tia Iracema, minha mãe e por você “João Campeiro”) do saudoso programa “Festa na Roça” a onde se apresentava em todos os domingos e inclusive a música “Chaves do Apartamento” do disco arrependida que era uma febre, ao chegar no palco as pessoas pegavam suas chaves e balançavam, pena que os arquivos da rede Record (TV Tupi) se perderam num incêndio, puxa como faz falta essas fotos e gravações que se foram!.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmQ3N5C6h0XZOw7CIZnhwjRZB-6Jv-y5Z1YjXFgVWDuwqNq3e8dqXUn0lIrpCLh22W_AULiC014okWxoJB54Xc118nCf4oteEWKG0_zDqP33jhIG1HYAWdw85rQ0ZtOPqLu9Hb4desJq8/s200/9.png)
meu avô por parte de mãe) vinha em casa só para vê-los, pois gostava demais dos ensaios, Como queria poder assistir e vê-los cantar e encantar, mas em fim ficaram saudades dos momentos “em casa” quando pegava a caixinha de fósforo e fazia um ritmo de pagode, e quando cantava como se estivesse num palco, com tanta emoção e perspicácia que tocava quem o ouvia de longe. Contudo o que mais me marcou foi sua humildade, simplicidade, o ser digno, trabalhador, responsável e por amar minha mãe. Graças a Deus pelo amor que nos deu durante o tempo que tivemos a possibilidade de viver contigo, Pai, João Batista, conhecido como João Campeiro, mesmo depois de 21 anos após seu falecimento, minha impressão é a de que foi ontem que conversávamos e te via cantar música sertaneja raiz, que o ouvia rindo, pois era muito brincalhão, e nunca me esquecerei de que me chamava de “Zé Capitão”, apelido carinhoso que usava ao se referir a mim, só posso concluir dizendo que também foi linda a história de amor onde minha mãe (Maria Helena) “fugiu” de casa para viver ao seu lado lindos 28 anos, e sem dúvida nenhuma essa mulher guerreira nunca deixou de cuidar de todos nós, minha mãe amada é uma grande mulher, simples, humilde e transformada pela graça de Deus. Puxa que família extraordinária, não somos perfeitos, mas algo que aprendi com essas pessoas sensacionais, é que vale a pena o amor, os valores que recebi, as alegrias vividas, isso mesmo não sendo ricos ou não tendo glamour ou fama, mas ser feliz por saber o real valor de uma família digna (pai, mãe, avô, tio, irmãos e irmãs e outros parentes maravilhosos) (...)”.
Fonte de pesquisa
- https://www.recantocaipira.com.br/duplas/garcia_joao_campeiro/garcia_joao_campeiro.html
DISCOGRAFIA
VÍDEOS
Amigos, estou muito feliz pela história que publicaram do meu pai, o João Batista Moglia, conhecido como João Campeiro. Excelente matéria, e todos da família Moglia, somos eternamentes gratos, pela dedicação, lembrança e por sermos descendentes dessa terra maravilhosa, São Manoel
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