13/12/2011

DESAPARECIDOS DO BRASIL - Abílio Clemente Filho





ABÍLIO CLEMENTE FILHO (1949-1971)
Filiação: Maria Helena Correa e Abílio Clemente
Data e local de nascimento: 17/04/1949, São Paulo (SP)
Organização política ou atividade: Movimento Estudantil
Data e local da morte: 10/04/1971, Santos (SP)


O afro-descendente Abílio Clemente Filho, aluno do 4º ano de Ciências Sociais em Rio Claro, Interior de São Paulo, unidade que em 1976 passaria a integrar a Universidade Estadual Paulista (Unesp), era ativista do Movimento Estudantil, desapareceu no dia 10/04/1971, quando caminhava com um amigo na praia de José Menino, em Santos (SP).

No processo analisado pela CEMDP está anexado um relato de Maria Amélia de Almeida Teles, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, informando ter encontrado no Arquivo Público do Estado de São Paulo, na parte referente aos documentos secretos do extinto DOPS/SP, uma ficha escolar de Abílio Clemente Filho, da época em que cursava o colegial, na Escola Estadual Fernão Dias Paes, no bairro Pinheiros, em São Paulo (SP). De acordo com os registros policiais, essa ficha teria sido encontrada na residência de Ishiro Nagami, militante morto juntamente com Sérgio Correa, em 4 de setembro de 1969, quando o carro em que ambos trafegavam explodiu na rua da Consolação, em São Paulo, possivelmente em conseqüência da detonação de explosivos que estariam transportando. Joana D'Arc Gontijo, presa no DOI-CODI/SP na época, chegou a denunciar ter ouvido gritos de um homem jovem durante toda a noite, na mesma data da prisão de Abílio. Ela acredita que o jovem parou de gritar porque tinha morrido. Joana tentou descobrir quem era a vítima torturada até morrer, mas nunca conseguiu identificá-la.O caso de Abílio foi também examinado pela Comissão de Indenização dos Presos Políticos do Estado de São Paulo, sendo deferido. Considerou aquela comissão que "do conjunto dos indícios apresentados e do conhecimento dos procedimentos dos órgãos de repressão, era possível concluir pelo desaparecimento por razões políticas de Abílio Clemente Filho".

Ao elaborar seu voto, o relator da CEMDP se baseou nas declarações do deputado estadual paulista Antônio Mentor, que foi seu companheiro de república estudantil em Rio Claro e afirma: "Abílio Clemente desapareceu quando em viagem a Santos, no dia 10/04/1971. Estava envolvido no Movimento Estudantil e chegou a participar de organização clandestina de combate à ditadura"; e de Maria Amélia de Almeida Teles, que afirma "ter sido procurada pela interessada irmã de Abílio, em meados de 1990, quando não se cogitava de qualquer indenização por tortura, morte ou desaparecimento político".


DESAPARECIDOS SEM NENHUMA INFORMAÇÃO

ABÍLIO CLEMENTE FILHO (1949-1971)
Oafro-descendente Abílio cursava Ciências Sociais em Rio Claro e participava do movimento estudantil. Desapareceu no dia 10 de abril de 1971 quando caminhava com um amigo na praia de José Menino, em Santos (SP).
Joana D'Arc Gontijo, presa no DOI-Codi/SP na época, chegou a denunciar ter ouvido gritos de um homem jovem durante toda a noite na mesma data da prisão de Abílio. Ela acredita que o jovem não gritava mais porque tinha morrido. Joana tentou descobrir quem era a vítima torturada até morrer, mas nunca conseguiu identificá-la.
Entre os documentos secretos do extinto Dops/SP, no Arquivo Público do Estado de São Paulo, há uma ficha escolar de Abílio que, de acordo com os registros policiais, teria sido encontrada na residência de Ishiro Nagami, militante morto em 4 de setembro de 1969.

Ao elaborar seu voto, o relator da CEMDP se baseou nas declarações do deputado estadual paulista Antônio Mentor, que foi companheiro de república estudantil de Abílio em Rio Claro e afirmou que: "Abílio Clemente desapareceu quando em viagem a Santos, no dia 10/04/1971. Estava envolvido no movimento estudantil e chegou a participar de organização clandestina de combate à ditadura"; e nas de Maria Amélia de Almeida Teles, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos, que disse "ter sido procurada pela interessada irmã de Abílio, em meados de 1990, quando não se cogitava de qualquer indenização por tortura, morte ou desaparecimento político".

O caso de Abílio também foi examinado pela Comissão de Indenização dos Presos Políticos do Estado de São Paulo, sendo deferido. Considerou aquela comissão que "do conjunto dos indícios apresentados e do conhecimento dos procedimentos dos órgãos de repressão, era possível concluir pelo desaparecimento por razões políticas de Abílio Clemente Filho".

Algumas manifestações marcaram a década de 60. Selecionamos quatro fatos para demonstrar o que aqui acontecia. Em 1963 os jornais locais anunciavam que estudantes da FAFI (atual Unesp) estavam se organizando no Centro Acadêmico 23 de Março, para passeatas e protestos pela morte do estudante secundarista Edson Luís, morto por militares em São Paulo. Essa manifestação contou com uma passeata saindo da FAFI (Rua 10, Alto de Santana) e outra saindo do colégio Joaquim Ribeiro (Rua 6, Avenidas 13 e 15) que se encontraram na Igreja Matriz de São João Batista para a missa de sétimo dia, celebrada pelo então Padre Mauro Morelli, hoje bispo aposentado. A coordenação da passeata dos universitários foi de Abílio Clemente Filho e, do Joaquim Ribeiro, de dona Elen Dória.

Em 1964 a igreja católica, entidades assistenciais e grupos de serviços realizam passeatas pela pátria, família e liberdade, contra o terrorismo, ateísmo e comunismo, contando com forte adesão da imprensa local.

Em 12 de Dezembro de 1969 o Ginásio Vocacional, escola pública que trabalhava com um método inovador de ensino (hoje o prédio abriga a escola Chanceller Raul Fernandes) foi invadido pelo militares. O Vocacional trabalhava com um sistema de ensino calcado no estudo da realidade e um pensar sobre ela como sujeito que também a constitui. A vinda do Ginásio Vocacional para Rio Claro foi pela interferência do então deputado estadual, o rio-clarense Gijo Castellano. Não bastou muito tempo para o exército invadir a escola e perseguir diretamente a diretora em exercício, a jovem Edineth Ferri Sanches (era sua primeira experiência como diretora recém empossada) que até hoje apresenta as marcas vividas ali. Edneth Ferrite Sanches contou com o apoio do juiz Ranulfo de Melo Freire juntamente com professores da Faculdade, entre eles Fernando Altenfelder Silva, que deram sustentação e foram pontos de apoio e segurança no agitado período, como relata a professora em seu depoimento.

No período o vereador eleito Irineu Prado teve seu mandato cassado, foi preso e a família ficou mais de uma semana sem notícias. Era um militante ativo na cidade com forte atuação como sindicalista da antiga Cia Paulista.

Muitos rio-clarenses que estavam fora da cidade, já inseridos no mercado de trabalho ou em cursos universitários, engajaram-se no movimento de resistência, pois nacionalmente o movimento de esquerda se dividiu entre aqueles que optaram por se manter na cidade aproximando-se dos operários e outros movimentos sociais e aqueles que optaram pelas guerrilhas urbanas e/ou rurais. Rio Claro, entre muitos militantes que atuaram contra a Ditadura Civil-Militar das mais diversas formas, três deles tiveram suas vidas marcadas drasticamente: Maria Cecília Bárbara Wetten, Abílio Clemente Filho e Orlando Moura Momente.


01/12/2011

HISTÓRIA - A CARTA TESTAMENTO DE GETÚLIO VARGAS

Estas são reproduções do primeiro manuscrito (incompleto) da Carta-Testamento de Getúlio Vargas.
Seu autor foi Maciel Filho, José Soares Maciel Filho, um personagem interessantíssimo de raízes italianas por parte de sua mãe, aluno e amigo de Benedetto Croce, e amicíssimo dedicado de Vargas, do qual foi uma espécie de conselheiro informal, desde os anos 30 do século XX.
No governo Vargas, constitucional, de 1951-1954, foi presidente do BNDE e da antiga SUMOC, hoje o Banco Central.
A carta-testamento, encomendada por Vargas, foi escrita entre os dias 8 e 9 de agosto de 1954, na casa de Maciel - na verdade, de sua sogra - na Praia do Russell, no Rio (hoje lá está o prédio da Manchete). 
Nesta reprodução incompleta do manuscrito, aparece (pág.2) um parágrafo que Vargas excluiu da versão final, e a introdução (pág.1) que foi acrescentada depois. 







A Carta-Testamento de Getúlio Vargas, na íntegra:

Mais uma vez, as forças que os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. 
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. 
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder. 
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. 
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. 
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História. 
(Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)

30/11/2011

GRANDES ESCÂNDALOS DA HISTÓRIA - A FARRA DOS CARTÕES CORPORATIVOS

O escândalo dos cartões corporativos é uma crise política no governo do Brasil iniciada em 2008 após denúncias sobre gastos irregulares no uso de cartões corporativos. Os cartões foram instituídos em 2001 mas só entraram em funcionamento no ano seguinte para uma maior transparência e rapidez em gastos emergenciais. O problema do cartões corporativos é estrutural, pois o sistema que deveria ser usado para despesas pequenas e urgentes vem sendo usando para dispensar licitações e dar mimos aos governistas. Dos 150 cartões corporativos, o Portal Transparência, site oficial do Governo Federal, só divulgou os dados de 68 cartões.

As primeiras denúncias levaram à demissão da Ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, do PT, que foi a pessoa que mais realizou gastos com o cartão em 2007.[4] Mesmo com a demissão de Matilde Ribeiro do governo, o PT decidiu não punir sua filiada pelo uso indevido dos cartões corporativos. Orlando Silva, Ministro dos Esportes, optou por devolver aos cofres públicos mais de R$ 30 mil e desta forma pôde permanecer no cargo.
A denúncia que pode originar um pedido de abertura de CPI por parte da oposição é a utilização de um cartão corporativo pela filha do presidente Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva que gastou R$ 55 mil entre abril e dezembro de 2007.

OS GASTOS
Um funcionário do Ministério das Comunicações chegou a usar o cartão corporativo para reformar uma mesa de sinuca.
José Dirceu, o deputado cassado do PT, além de estar sendo julgado por coordenar o Escândalo do Mensalão, também está sendo investigado por mau uso de cartão corporativo do Governo Federal.
Os cartões corporativos também foram usados para comprar presentes em camelô e até para pagar diárias no Copacabana Palace, passando também por compra de ursos de pelúcia.
O Tribunal de Contas da União apurou a emissão e apresentação de 27 notas frias em uma viagem do presidente Lula a um acampamento do Movimento dos Sem Terra no Mato Grosso do Sul. As notas frias foram pagas com cartões corporativos.

No começo de março descobriu-se que um cartão ligado à Casa Civil, comandada por Dilma Roussef foi utilizado para pagar bailarinas para um servidor da Casa.
O senador Agripino Maia declarou que levaria o caso a CPI. No dia seguinte o próprio jornal reconheceu o erro: “A Casa Civil divulgou ontem nota afirmando que não se trata de “de contrato de ‘20 moças’. Mas, sim, de 20 vasos com flores para ornamento chamado de ‘bailarina’”.
O ridículo adicional da barriga das “bailarinas” foi que a leitura da própria notícia, que informava que o tal servidor “adquiriu 20 bailarinas por 100 reais”, lançava sérias suspeitas sobre a veracidade da manchete do jornal, que não teve dúvidas em afirmar que se tratavam de vinte “moças”, “adquiridas” por 5 reais cada. Ao leitor sobrou a impressão de que repórter e editor não eram muitos espertos.
Por mais bizarra que seja, a história das “bailarinas do JB” continua na rede como sendo um fato, inclusive na Wikipedia: “No começo de março descobriu-se que um cartão ligado à Casa Civil, comandada por Dilma Roussef foi utilizado para pagar bailarinas para um servidor da Casa”
Outro cartão foi usado na Feira do Paraguai de Brasília, famosa por vender produtos importados, na sua maioria contrabandeados ou falsificados. Funcionários da feira disseram que é normal servidores comprarem MP3 e MP4 para seus filhos e pedirem para registrar o produto na nota fiscal apenas como "material de consumo".
CONSEQUÊNCIAS:

As denúncias geraram um pedido de abertura de CPI por parte do Congresso. A investigação, no entanto, contou com a abrangência desde o período de governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. A imprensa divulgou que o Palácio do Planalto teria montado um dossiê que detalhava gastos da família de FHC e que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição na CPI, mas a Casa Civil negou a existência do dossiê. Meses depois, sob críticas da oposição, a CPI dos Cartões Corporativos isentou todos os ministros do governo Lula acusados de irregularidades no uso dos cartões e não mencionou a montagem do dossiê com gastos do ex-presidente FHC.

Ministra também abusou nas diárias de viagens
Matilde Ribeiro pediu demissão após farra com cartões corporativos do governo
RODRIGO RANGEL

Não foi só dos cartões corporativos do governo que a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, abusou. Ela também exagerou nas viagens internacionais - e é, por isso, uma das recordistas em diárias recebidas do governo. Nos últimos quatro anos, Matilde recebeu nada menos que R$ 101.594,11 em diárias de viagens, de acordo com levantamento feito por ÉPOCA.
A paulista Matilde, filiada ao PT desde os anos 80, anunciou na tarde desta sexta-feira seu pedido de demissão. Sua permanência no primeiro escalão ficou insustentável após a descoberta de que fez gastos de R$ 171,5 mil com o cartão corporativo do governo, incluindo despesas estritamente pessoais, como compras num free-shop e aluguel de carro durante feriado.
Matilde foi a recordista nos gastos com o cartão em 2007. Ao pedir demissão, ela afirmou que foi induzida ao erro por funcionários da pasta que comandava. As despesas de Matilde com o cartão acabaram por chamar atenção para a farra da ministra com dinheiro público. As diárias de viagens são exemplo de como Matilde se tornou cara - no sentido financeiro do termo mesmo - para o governo. Seu recorde de diárias foi em 2006, quando recebeu R$ 34,1 mil. É um valor alto se comparado ao que receberam, no mesmo período, alguns de seus principais colegas da Esplanada. Inclusive titulares de ministérios onde viagens internacionais são uma atribuição inerente ao cargo. No mesmo ano em que Matilde recebeu R$ 34 mil, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, por exemplo, recebeu R$ 19 mil.
Segundo o Ministério do Planejamento, responsável pelos gastos com os servidores públicos federais em geral, o governo paga diárias a ministros apenas em viagens internacionais. O valor varia de acordo com o país visitado. O ministério informou que os ministros não precisam prestar contas das diárias que recebem. Quando não gastam todo o valor da diária, eles podem ficar com a diferença. O dinheiro é só para despesas como alimentação e hospedagem (as passagens aéreas são pagas à parte pelo governo). No caso de Matilde, os números mostram que, se a gestão dela não foi lá essas coisas, sua passagem pelo governo serviu pelo menos para ela conhecer o mundo - e gastar às custas do dinheiro público. Dá-lhe mordomia!

26/11/2011

MEMÓRIA - EMPRESA AUTO ÔNIBUS SÃO MANUEL - A ESTRADA DE UMA HISTÓRIA

A Empresa Auto Ônibus São Manuel, faz parte constante do acervo histórico de São Manuel e também das lembranças de despedidas, reencontros, é relembrada por este blog que faz uma homenagem a quem constribuiu para o desenvolvimento de um povo. 
Criada em 1941, e gerenciada pelo seu proprietário o senhor Manelito Casquel que era carinhosamente chamado de Velho Casquel, esta empresa se tornou a sexta maior empresa do Brasil.
Os relatos abaixo descrevem com carinho a influência da empresa na vida das pessoas.


Sede da Empresa em São Manuel, decada de 50.

“1941, Janeiro
●Em Curitiba, PR, Ostrowski & Szczypior fundam uma empresa de auto-ônibus, com capital de 54:000$000.
1941 Fevereiro
●É estabelecido um serviço de auto-ônibus entre Recife, PE, João Pessoa, PB, e Natal, RN.
Nesse mesmo mês instala-se uma linha regular de "auto-Pullman" entre as cidades de Guaxupé e Passos, em Minas Gerais. Essa linha de auto-ônibus ainda serviria a várias localidades intermediárias. Também nesse mês inaugura-se a nova linha de auto-ônibus da Empresa São Manuel, no estado de São Paulo, de propriedade dos Irmãos Casquel, que trabalharia em ligação direta com os trens da Alta Sorocabana e Alta Paulista, com o “Ouro Branco" de São Paulo e com os ônibus para Borebi, Cerqueira César e Piracicaba.
●No dia 3, em Porto Alegre, RS, tem início a Empresa de Ônibus Sant' Ana Ltda., com capital de 200:000$000. “




MODELO BOSSA NOVA


A historia da empresa é rica, a aparecendo como figurante num texto de Carlos Coutinho onde o protagonista seria a corrida de formula 1 ele aduz:
“A primeira corrida a gente nunca esquece...
Numa sexta feira à noite, na rodoviária antiga de Barretos - as paredes cobertas por taquaras envernizadas que faziam a decoração - embarquei num daqueles Diplomatas velhinhos da Empresa Auto Ônibus São Manoel com destino a São Paulo.
Eu tinha 17 anos e ia ver um sonho: uma corrida de Formula 1.
Mais do que uma corrida de Formula 1, aquela era a primeira corrida de Formula 1 a ser realizada no Brasil!
Imagina ver ao vivo a Lotus preta e dourada do Emerson! Isto sem falar da Brabham do Wilsinho, da March do Pace, e do meu ídolo Luis Pereira Bueno pilotando a March 711 da Equipe Hollywood, aquele mesmo modelo coffee-table igualzinho ao do Peterson, que também iria correr com a March! Isto, e mais o Reutemann, o Gethin (que no ano passado, em 1971, vencera o mais rápido GP da história, em Monza),  Beltoise, Dave Walker, Pescarolo, Helmut Marko.”
(http://www.obvio.ind.br/A%20primeira%20corrida%20de%20F1%20no%20Brasil%20-%201972.htm
NIELSON DIPLOMATA MERCEDES BENS 0355- 1978





OUTROS RELATOS:
“A empresa mudou de nome agora chama fenix, foi uma estratégia usada pela familia Chedid ao repartir as varias empresas como a serra dourada e rapido serrano entre seus herdeiros”
Fri 30-Dec-2005 20:07- Posted by:Estanis-Jundiaí SP 
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“Esta empresa foi uma das 6 maiores do brasil (fonte Gazeta-1982) ela era detentora das linhas de SP a Barretos, SP a Jau, SP a Olimpia, SP a Araraquara, SP a OLimpia, SP a Botucatu, SP a Miguelópolis, e SP a Avaré, que depois passou ao nome de viação Casquel, dada a cisão de um dos proprietários da São Manoel e SP a Barra Bonita, dentre inumeras outras. Em 1987, face a problemas (não continuidade da cadeia sucessoria - Família Casquel) foram precisas 3 empresas para compra-la, que foram: Viação Sta Cruz, Rapido Serra Dourada - hoje expresso Fenix e Viação Danúbio Azul). Foi gratificante ver estas fotos aqui..é difícil de encontrar vestígios desta história. Caso queira mais informações desta empresa.....a disposição.”
Wed 22-Nov-2006 15:57 - Posted by:edu 

“Sr. Barrazabus, o são manoel antigo_769 é de minha autoria. Favor registrar: Mario Custódio.”
Thu 28-Jun-2007 16:06- Posted by:Mario Custódio 


“Puxa, eu adorava ver os ônibus da São Manoel que passavam pela minha cidade (Rio Claro - SP) com destino a Barretos! Como não havia rodoviária naquela época, o embarque de passageiros era em um bar no centro da cidade, e eu sempre via aqueles Diplomatas, na sua maioria sobre Chassis Scania, e os achava lindos e imponentes. Pena que haja tão poucas fotos da São Manoel na internet. Foi gratificante para mim descobrir este site v poder ver essas fotos!”
Mon 30-Jul-2007 01:49- Posted by:Fábio Roberto 

“viajei no meu passado obrigado pelas lembranças mostrei para minhas filhas e a mesma me disse nossa pai como vc esta velho ... pessoal as coisas mudam mas as lembranças são mais gostosas sou natural de olimpia e sempre utilizei os onibus ba são manoel tanto para viajar para olimpia quanto para barretos . o que mais me da saudades é quando ele fazia o trevo de bebedouro as 5.30hs da manha o sol estava nascendo .....”
Mon 8-Jun-2009 14:10- Posted by:flavio pedrozo 


“Fui Cobrador Dessa Empresa Nunca Mais Vai Haver Outra Empresa Igual Linha Jau a Barra Bonita e Igaraçu Do Tiete”
 Fri 18-Dec-2009 22:08- Posted by:paulo rubens

“Nossa viajei no tempo quando vi estas fotos dos onibus da São Manoel, me deu uma saudade imensa pois viajei muito para Barretos com eles e os motoristas eram muito competentes.E vou deixar um dos motoristas aqui para ser eternamente lembrado o motorista João Vinhota um amigo do peito e de minha familia em Barretos e obrigado por lembrarem da São Manuel”
Sun 7-Feb-2010 19:53- Posted by:Homar 

“Viajei na máquina do tempo para a década de 70, (1977) quando passava as férias escolares de final do ano na casa dos meus avós em Guaira. O ônibus partia as 00 hs da antiga rodoviaria de SP com destino a Guaira, passando por Barretos. Já na década de 80 ele passou a ir até Miguelópolis.”
Thu 18-Feb-2010 16:56-Posted by:Marcelo Oliveira 



Fonte de pesquisa