O Graf Zeppelin tinha 213 m de comprimento, 5
motores, transportava 20 passageiros e cerca de 45 tripulantes e um volume de 105.000
m³, sendo o maior dirigível da história até a data de sua construção em 1.928.
Sua estrutura era baseada numa carcaça de alumínio, revestida por uma tela recoberta por lona de algodão, pintada com tinta prata, para refletir o calor.
Dentro, existiam 60 pequenos balões com gás
hidrogênio, juntamente com os 5 motores Maybach, de 12 cilindros, desenvolvendo
até 550 HP (máximo) cada, alimentados com um combustível leve, o Blau Gas
(gás azul = H²) e gasolina, que o mantinham no ar, a uma velocidade de até 128
km por hora. Tinha capacidade de carga para até 62 toneladas.
O primeiro vôo aconteceu em 1.928, ligando Frankfurt
a Nova York, e durou 112 horas.
O Graf Zeppelin oferecia grande conforto. Apenas 35 lugares eram disponíveis, e normalmente a lotação não
ultrapassava 20 passageiros. A aeronave era bastante estável,
devido ao seu tamanho.
Os passageiros dispunham de cabines duplas, com beliches, sala de estar e
de jantar, e até um salão para fumar, cuidadosamente isolado para não incendiar
o perigoso e inflamável gás de sustentação da aeronave, o hidrogênio.
Em 29 de agosto de 1.929, comandado por Hugo Eckener,
completou o primeiro vôo em redor do mundo ao aterrar em Lakehurst, Nova
Jersey, nos Estados Unidos da América.
Essa famosa epopéia ao redor do mundo durou 21 dias,
iniciada em 8 de Agosto, durante os quais percorreu 34.600 km.
Saindo da Estação Aeronaval de Lakehurst , estado de
Nova Jersey, nos EUA, atravessou o Oceano Atlântico e fez a sua primeira escala
em Friedrichshafen, na Alemanha, depois pela Europa, sobrevoou os Montes Urais
e atravessou a Sibéria até alcançar Tokio, onde fez escala. Posteriormente pelo
Oceano Pacífico rumo ao Estados Unidos e, em 26 de Agosto, depois de 79 horas e
22 minutos de navegação, aterrou em Los Angeles, Califórnia. Finalmente,
em 29 de Agosto, regressou à Estação Aeronaval de Lakehurst, seu ponto de
partida.
SOBREVOANDO O RIO DE JANEIRO
SOBREVOANDO O RECIFE
Infelizmente,apenas 14 meses depois da novidade ter
chegado ao Brasil (1.936), o Hindenburg acidentou-se em Lakehurst, New Jersey,
nos Estados Unidos.
Pouco antes de pousar, a aeronave incendiou-se, por
motivos até hoje não esclarecidos, no dia 6 de maio de 1.937. não fica
descartada a hipótese de uma manobra criminosa...
61 tripulantes e 36 passageiros estavam a bordo.
Desses, 13 passageiros e 22 tripulantes faleceram, além de uma pessoa no solo.
As 2 fotos acima foram tomadas no momento do acidente com o Hindenburg em Lakehurst nos EUA no dia 06 de maio de 1.937 e no qual saiu gravemente ferido o
Capitão Lehmann vindo a falecer no outro dia.
Foi o fim de uma era. Apenas um mês depois, o Graf
Zeppelin foi retirado de serviço. O dirigível-irmão do Hindenburg, o LZ-130
Graf Zeppelin II, já concluído, nunca chegou a entrar em serviço ativo.
Depois de passar alguns anos em um museu, ambos
foram desmontados em 1.940, para aproveitamento do seu alumínio em aviões
militares, por ordem do Marechal do Reich Hermann Goering.
Dr. Hugo Eckener (1868 – 1954) era o chefe do Luftschiffbau
Zeppelin nos anos
da inter-guerra, sendo comandante do famoso Graf Zeppelin em muitos de seus
vôos, incluindo o primeiro vôo tripulado ao redor do mundo, fazendo-o o
comandante mais bem sucedido da história da aeronáutica.
Notável por seu gênio como publicitário e meteorologista, foi responsável
pela construção de alguns dos dirigíveis mais bem sucedidos na história. Um anti-Nazista convicto foi convidado a participar como moderador nas
eleições presidenciais alemãs, recusando, foi deposto pelo regime e
eventualmente descartado.
Eckener era responsável por treinar a maioria dos pilotos do dirigível da
Alemanha durante e a seguir da I Guerra mundial. Apesar de seus
protestos, seu enorme valor e importância como instrutor, não foi aceito nas
missões operacionais devido à sua posição política.
Viajar no Zeppelin era um luxo permitido para poucas
pessoas. A passagem para a Alemanha era muito cara, algo
equivalente a 10 mil Euros atuais
O trecho doméstico entre o Rio e Recife também era
caro, e poucos lugares eram disponíveis.
A viagem entre o Rio e a Alemanha durava 5 dias. 2
dias eram necessários para a travessia do Atlântico.
A velocidade máxima era de 128 Km/h, muito mais
rápida que a velocidade dos navios de passageiros da época, que variava entre 25
e 40 Km/h.
Nesta foto de Ferreira Júnior, de propriedade de seu
afilhado Sidney Paredes vemos o momento de desembarque dos passageiros do
dirigível Graf Zeppelin na base aérea de Santa Cruz.
A temporada de 1.936 dos dirigíveis alemães foi
marcada pelo primeiro vôo comercial do D-LZ129 Hindenburg, sucessor do Graf
Zeppelin.
Esse vôo inaugural, comandado por Lehmann, foi feito
para o Brasil, e decolou para o Rio de Janeiro em 31 março de 1.936.
Heitor Villa-Lobos, o grande maestro e compositor
brasileiro foi dos passageiros do Hindenburg, quando este retornou à Europa, em
abril.
A grande maioria dos vôos do Graf Zeppelin para o
Brasil foi comandada por Hugo Eckener. Este, que além de pilotar, também foi um
dos construtores dos dirigíveis alemães, acabou excluído dos últimos vôos dos Zeppelins,
como vimos, especialmente os do Hindenburg, sucessor do Graf Zeppelin, por sua
insistente oposição ao uso das aeronaves como propaganda para o regime nazista.
Foi substituído por Ernst Lehmann, um aviador
pró-nazista que acabou falecendo no desastre do Hindenburg, em maio de 1.937.
O Graf Zeppelin completou, no total, 147 vôos ao
Brasil (sendo 64 transatlânticos) entre os 590 vôos da sua longa carreira de 17.177,
48 horas de vôo, em nove anos de operação (1.928-1.937), o que tornou-o o mais
bem sucedido dirigível da história da aviação.
Foi uma fantástica e impecável carreira para uma
aeronave que foi projetada e construída como protótipo, mas que, de tão
perfeita, acabou sendo colocada em serviço.
Transportou um total de 34 mil passageiros, 30 ton de carga, incluindo 2
aeronaves de pequeno porte e um carro, e 39.219 malas postais, com total
segurança e sem acidentes
Torre
de atracação de Jiquiá, em Recife
O
LZ-127 - Graf Zeppelin ancorado no Campo do Jiquiá, no Recife.
O Graf Zeppelin e o Hindenburg foram as maiores e
mais luxuosas aeronaves a atender vôos internacionais de e para o Brasil, e as
que tiveram as passagens mais caras, mesmo considerando as caras passagens dos
vôos servidos pelo Concorde.
Também serviram as linhas para a América do Sul com
total segurança, sem um único acidente. Mas, hoje, não passam de uma distante
lembrança, de uma era que não volta mais.
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