27/05/2015
25/05/2015
SÃO PAULO TEVE SEU ARCO DO TRIUNFO
O ARCO DO TRIUNFO DE SÃO PAULO:
Como toda cidade do mundo, São
Paulo tem lá seus mistérios. E um dos que mais deixa o paulistano curioso é
sobre um pouco explicado arco do triunfo que existiu por aqui nas primeiras
décadas do século 20. Já houve até quem escrevesse a respeito mas sempre de
maneira vaga. Aqui vamos explicar tudo o que você sempre quis saber sobre este
monumento mas não tinha para quem perguntar (ou onde ler).
Tudo começa em julho de 1921,
quando a Prefeitura de São Paulo e a Presidência do Estado (aquela época o
governo estadual chamado de presidência), são comunicados pelo cerimonial
da Presidência da República que o Presidente Epitácio Pessoa desejava visitar
São Paulo em caráter oficial.
Presidente
Epitácio Pessoa
A viagem, na verdade, seria uma
turnê para tornar a figura do presidente mais conhecida e popular. Epitácio
Pessoa assumiu a presidência em subsituição a Rodrigues Alves, eleito em 1918,
mas que faleceu antes de tomar posse como presidente da república em seu
segundo mandato.
Saindo do Rio de Janeiro de
trem, Epitácio Pessoa passaria por inúmeras cidades paulistas, como Taubaté,
São José dos Campos, Mogi das Cruzes e Poá. Em algumas delas chegando a parar
na cidade e em outras, como Tremembé, apenas passando vagarosamente pela
estação e acenando para os cidadãos.
A
sua chegada à capital paulista estava prevista para o dia 19 de agosto de 1921.
Manchete
do jornal Correio Paulistano em 20/08/1921
Para entender a grandiosidade
que foi a chegada do Presidente Epitácio Pessoa a São Paulo, é preciso voltar
no tempo em uma época em que o respeito a figura presidencial estava muito
acima das questões partidárias. Um respeito que o brasileiro perdeu no tempo,
hoje acostumados a vaiar ou aplaudir presidentes, governadores e prefeitos como
quem assiste a um jogo de futebol. Tanto que uma visita nas proporções de 1921,
talvez fosse impossível nos dias de hoje.
Ao aproximar-se da região
central de São Paulo, já na então Estação do Brás, o comboio presidencial foi
obrigado a parar por longos minutos. Todos os operários das fábricas que
margeavam a ferrovia naquela região foram até os trilhos para saudar o
presidente. Só depois a delegação seguiu até a Estação da Luz onde as
autoridades municipais e estaduais aguardavam. E é aqui que começaremos a falar
do arco do triunfo.
Mas antes, uma vista parcial da
região onde ele foi construído. Observe que a porção direita do Seminário
Episcopal ainda não tinha sido demolida.
Vista
parcial da região da Luz / Foto: Guilherme Gaensly
Por pouco este marco quase não
existiu. Sua construção foi decidida de última hora, já faltando poucas semanas
para a chegada do presidente em São Paulo. Discutia-se no gabinete do então
Prefeito Firmiano Pinto, além de toda a pompa e cerimônia que estavam
preparando para Epitácio Pessoa, o que mais poderia ser feito para tornar sua
visita inesquecível.
E
foi ai que alguém por lá deu a idéia de fazer um arco do triunfo. Mas a
inspiração inicial não veio da França, mas dos Estados Unidos da América,
precisamente do arco do triunfo que fica na Washington Square Park, em Nova
Iorque.
Arco
da Washington Square Park, Nova Iorque
Em 1889, para celebrar o
centenário da posse de George Washington como presidente dos Estados Unidos, um
grande arco do triunfo foi construído nesta praça feito totalmente em gesso e
madeira. Era uma construção do que chamamos de arquitetura efêmera(*). O
arco tornou-se tão popular que em 1892 decidiram por erguer um novo e
definitivo, feito de mármore. Era a primeira vez que um arco foi erigido nas
Américas.
E
isso influenciou muito a criação de um similar por aqui, em uma época que o
café ainda era um produto lucrativo e dinheiro não era problema. Sendo assim,
convocou-se um arquiteto paulistano para projetar o grandioso monumento. Quem ?
Ramos de Azevedo.
O
Arco do Triunfo paulistano em agosto de 1921
E
como o tempo urgia, a obra foi tocada rapidamente. Valendo-se do mesmo
artifício que os americanos construíram o seu, com gesso e madeira, em
incríveis três dias foi erguido o Arco do Triunfo de São Paulo. A firma F.
Ramos de Azevedo e Cia colocou 200 operários e todos os seus serviços de
oficina a cargo da construção do arco. Os turnos eram de 24 horas para que a
obra ficasse pronta. Ela foi devidamente instalada no trecho final da rua José
Paulino, atual Praça da Luz, quase na esquina com a Avenida Tiradentes (vide
mapa abaixo), de modo que tão logo o Presidente da República saísse da Estação
passasse pelo arco.
Projetado
em estilo clássico e com traços similares aos arcos de Paris e Nova Iorque, o
arco paulistano possuía 28 metros de altura por 27 de metros de largura, sendo
que a abertura do arco era de 10 metros de largura por 14 de altura. Sobre o
arco haviam quatro bandeiras nacionais, sendo três de um lado e uma do outro.
Além disso, adornavam o monumento flores e guirlandas. Nas duas faces do arco
existiam as homenagens: “Salve Epitácio Pessoa” e também a frase “A
Cidade de São Paulo”. À noite, além da iluminação do monumento, funcionava
uma bandeira nacional feita com mil lâmpadas coloridas.
Recepção
ao Presidente Epitácio Pessoa na Estação da Luz.
Ao
chegar a Estação da Luz, Epitacio Pessoa foi recebido pelo então Presidente do
Estado, Washington Luís, e pelo prefeito do município, Firmiano Pinto. Após a
execução do hino nacional e das demais recepções de chegada, partiu a delegação
rumo ao Palacete Prates. Abaixo o momento em que o landau presidencial acabava
de passar sob o Arco do Triunfo.
O
cortejo passaria por diversas ruas paulistanas até chegar a seu destino, como
as ruas Florêncio de Abreu, Mauá e José Paulino. Naquele mesmo dia 19, à noite,
após jantar com Washington Luís, o Presidente Epitácio Pessoa seguiria para o
Theatro Municipal para um espetáculo. Para a ocasião foi inaugurado um novo e
moderno sistema de iluminação no teatro.
E quanto tempo durou o marco ?
Como foi feito de gesso e
madeira, obviamente não foi projetado para durar muito. Como não houve após a
passagem presidencial por aqui, nenhuma discussão para construir um arco
definitivo, tal qual foi feito em Nova Iorque, o Arco do Triunfo paulistano foi
demolido. Seu desmonte deu-se algumas semanas depois do 7 de setembro daquele
ano, quando a independência do Brasil celebrou 99 anos.
E foi o fim da linha para este
monumento paulistano pouco conhecido e que hoje desperta muitas curiosidades a
seu respeito.
(*) Arquitetura efêmera é o nome
que se dá para construções feitas com objetivos celebrativos ou expositivos
apenas para durar por um breve período de tempo. Existem vários outros casos
deste tipo de arquitetura no Brasil, como na ocasião do casamento do Imperador
d.Pedro I com a Princesa Amélia ou mesmo na ocasião da vista do Imperador
d.Pedro II a São Paulo, em 1846.
Bibliografia
consultada: Correio Paulistano – Edições 20881, 20882, 20883 e 20954 A Cigarra
– Edição 167, Setembro de 1921
Por Douglas Nascimento—
08/08/2014
04/05/2015
EVENTO CULTURAL EM ALFREDO GUEDES- LENÇÓIS PAULISTA
Na data de 18 de março 2015 a Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista através de seu Diretor de Cultura Nilceu Bernardo promoveu no Distrito de Alfredo Guedes evento em que seriam apresentados em primeiro a Orquestra de Viola e Violão Boca de Sertão e depois o vídeo Memorial Alfredo Guedes – O Memorial dos Sonhos do pesquisador Eduardo Ayres Delamonica.
O evento foi acompanhado de varias pessoas que
testemunharam mais uma vez o trabalho da diretoria de cultura do município a
apresentação da Orquestra foi muito expressiva. Fiquei surpreso com a técnica
destes, tocaram musicas clássicas do sertanejo raiz de forma exuberante com
arranjos surpreendentes. Certamente a Orquestra de Viola e Violão Boca de
Sertão merece ser apreciada por muitas pessoas, pois trazem uma roupagem
fantástica nas musicas do sertanejo Raiz.
Após a
apresentação da orquestra foi mostrado o Vídeo sobre o Memorial Alfredo Guedes
onde mostrava toda a trajetória bem sucedida de um projeto vencedor, nele era explanado
desde a primeira reunião para colher documentos e objetos que constituiriam o
presente acervo do memorial, também sua inauguração e implantação.
Eu antes da
apresentação do vídeo fui convidado pelo seu diretor a explanar a todos sobre a
importância e a necessidade de nossa cultura regional estar ligada e de
mantermos um intenso intercâmbio. Ressalte-se que a pesquisadora de Alfredo
Guedes Célia Motta estava presente o que me deixou muito feliz e também escritor
de Lençóis Sidney Aguiar. Ele também pessoa muito interessada nos rumos da
regionalização de nossa cultura. Para mim foi uma agradável surpresa e motivo
de orgulho em saber que estava em um local onde fervilhava a cultura de cultos
do município de Lençóis Paulista.
Temos a ideia
de estreitar os laços dos pesquisadores dos municípios, tal intercâmbio será um
dia discutido em um evento que será efetivado pelos pesquisadores da região
entre eles a senhora Célia Regina Motta (Lençóis Paulista), Eduardo Ayres
Delamonica (São Manuel), Professor João Figueroa (Botucatu) e todos aqueles da
região como de Avaré, Barra Bonita, Bauru, Pardinho etc.
Tenho aqui que
deixar meus agradecimentos ao Diretor de Cultura Nilceu Bernardo e a
Pesquisadora Célia Motta pelo convite e pela consideração ao meu trabalho.
Eduardo
Ayres Delamonica
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