Descrever em palavras
ainda com o compendio do resgate o que foi o cidadão Francisco Martorelli, traz me ao ápice de tentar entender um cidadão em várias faces, desvendar este homem
fascinante é um desafio, portanto, ao que me sobra é o resgate de uma biografia
fantástica de uma pessoa, inteligente, agente de várias atividades que no
município de São Manuel expressou como poucos o espirito de luta e
desenvolvimento de um local. Jornal o Estado de São Paulo a bengala e o charuto
foram bens inseparáveis durante sua trajetória.
Martorella Francesco nasceu
em Rivello na Itália, a 6 de julho de 1867, filho de Braz Martorella e Geronima
Barone Martorella embarcou para o Brasil com 19 anos de idade chegando ao país em
22 de dezembro de 1886 em companhia de seus irmãos Vicente, Mansueto e Inês,
aqui chegando abrasileirou seu nome para Francisco Martorelli, residiu por um
período em Piracicaba onde trabalhou como caixeiro de uma loja que era da
família de Prudente de Morais, logo mudou-se para São Manuel, o Jornal o Tempo
em sua edição de 6 de outubro de 1957 descreve sua personalidade dizendo: “ (...)culto e bom, por todos estimado.”. Martorelli logo se
familiarizou com o local, integrando-se definitivamente a vida pública do
município, onde exerceu em 1888 o cargo de intendente municipal, que é relativo
a o de prefeito nos dias de hoje, nos anos de 1893 e 1894 exerceu o cargo de
delegado de polícia, em 30 de agosto de 1895 foi eleito vereador.
ACERVO DA FAMÍLIA MARTORELLI
Casou-se com Adelina de
Almeida Barbosa em 27 de setembro de 1890 ela filha de Victorino José Barbosa e
Adelaide Barbosa, faleceu em 9 de novembro de 1937, desta união nasceram os
filhos:
Brás Martorelli,
nascido em São Manuel em 11 de setembro de 1892, que foi agricultor e
tesoureiro da Prefeitura Municipal, casou-se com Maria Alcântara Queiroz tendo os
filhos Francisco, Braz e Marco Antônio;
Vitorino Martorelli,
nascido em São Manuel em 13 de setembro de 1894, falecido no mesmo ano;
Francisco Martorelli,
nascido em 05 de agosto de 1896, jornalista e comerciante, casou-se com
Carolina Campos em 4 de julho de 1918 teve os filhos Antônio, Décio, Atílio,
Maria Regina e Maria Helena;
Jerônimo Martorelli,
nascido em São Manuel em 22 de outubro de 1898, professor da Escola Normal,
casou-se em 9 de abril de 1921 com Isabel Blasi, tendo os filhos Clélia, Hugo e
Odila;
Joaquim Martorelli, nascido
em São Manuel em 16 de dezembro de 1906, funcionário público estadual, casou-se
em 24 de janeiro de 1933 com Beatriz Spreranza, pais de Martha e Francisco
Antônio;
Adelina Martorelli, nascida
em São Manuel em 28 de janeiro de 1908, casou-se em 26 de junho de 1928 com
Jeronimo Annicchino e tendo os filhos Leda, Norma e Youlanda.
Ainda o jornal Carioca
A Notícia descreve o falecimento de sua filha Maria que pelos relatos deveria
ser criança: “Finou-se em São Manuel do
Paraiso a inocente Maria, filhinha do Senhor. Francisco Martorelli. ”.
Dentre suas múltiplas
funções Francisco Martorelli, foi membro do Partido Constitucionalista, agente
dos jornais paulistanos “O Pirralho”
e “O Sacy”, durante sua vida se
tornou o mais antigo agente correspondente do Jornal “O Estado de São Paulo”, foi barbeiro, joalheiro e relojoeiro dono
do estabelecimento comercial denominado de “A
Pendula Internacional” fundada em 1888, foi também representante do
Consulado Italiano no Município de São Manuel, foi maestro da Banda Italiana em
São Manuel, prestou relevantes serviços à comunidade doador dos relógios
pertencentes a Igreja Matriz e também do prédio do Paço Municipal. Era maçom
tendo inaugurado em São Manuel em 25 de junho de 1892 a Loja Maçônica América
II.
LOJA MAÇÔNICA AMÉRICA II - 1903
Francisco Martorelli
faleceu com 90 anos de idade na data de 2 de outubro de 1957 consumido pela
diabetes. A consternação foi geral no município, algumas homenagens foram
feitas, O prefeito da época senhor Antônio Dalaqua determinou que “fosse coberta sua urna mortuária com uma
bandeira do município e decretando luto oficial por três dias. ”. O Jornal
o Estado de São Paulo enviou o representante Rodrigo Soares de Oliveira para
acompanhar o funeral em nome do jornal, este muito ligado também a família
Martorelli. Em nome da Câmara Municipal falou o vereador Carlos Delgallo “(...) declarou no final que a Câmara
Municipal de São Manuel, como iniciativa, e em primeiro plano, considerava o
extinto, Cidadão Sãomanuelense, em virtude de ter o finado servido ao Município,
em quase todos os postos públicos de relevância. ”. Também discursou o
senhor Mansueto de Gregório, ex-presidente do Sindicato dos Cinematografistas e
presidente honorário do Círculo Operário do Ipiranga de São Paulo, o Jornal o
Tempo também mandou seu representante o senhor Bartholomeu Luiz Danziato. “O corpo do extinto foi trasladado para São
Manuel, onde se realizou o enterro, as 10 horas do dia 3 no cemitério local.
Dentro da mortuária, foi colocado um exemplar de “O Estado”.
Um homem fascinante
deste não poderia passar a margem da percepção da história, este trabalho
traduz com alegria a elevação daquele que merece ser lembrado. Francisco
Martorelli por si só é o exemplo vivo dos que se foram e deixaram um legado
fantástico. O da construção.