28/02/2018

UMA SANTA PASSOU POR SÃO MANUEL

Madre Paulina

Primeira mulher a ter a sua santidade reconhecida universalmente pela Igreja Católica em terras brasileiras, Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus – hoje, invocada pelos católicos como Santa Paulina – visitou São Manuel nas décadas de 1920 e 1930.
A revelação consta no livro “Madre Paulina – Uma santa passou por Avaré”, do pesquisador Gesiel Júnior, publicado pela Editora Gril, em 2002, ano da canonização da italiana Amábile Lúcia Visitainer, nascida no Tirol, no povoado trentino de Vigolo Vattaro, em 16 de dezembro de 1865.
Amábile imigrou ao Brasil em 1875, tendo se fixado com sua família no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Em 1890, ela saiu da casa paterna para cuidar de uma doente, quando abriu um pequeno hospital, iniciou sua vida como freira e adotou o nome de irmã Paulina. Transferiu-se para São Paulo em 1903, como superiora geral, tempo em que a sua congregação começou a cuidar de asilos e a acolher antigos escravos abandonados.
Na região, madre Paulina primeiramente trouxe religiosas para Avaré em 1913, a pedido do advogado Manoel Marcellino de Souza Franco, o popular Maneco Dionísio, fundador das conferências vicentinas e do primeiro hospital da cidade.

“Por cinco vezes, nos anos de 1921, 1926, 1927, 1930 e 1932, madre Paulina fez visitas canônicas à cidade de São Manuel, onde a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, por ela fundada, dirigiu a Casa Pia São Vicente de Paulo, a partir de 10 de maio de 1916”, informa Gesiel, que também diz que os diretores dessa casa de saúde, aconselhados por Maneco, pediram ao arcebispo de São Paulo o envio de freiras para responderem pelo serviço de enfermagem.
No mesmo ano de 1916, num prédio anexo ao futuro hospital, as seguidoras de Santa Paulina abriram um jardim da infância e um pequeno externato. Elas atuaram em São Manuel por mais de 60 anos, tendo encerrado as atividades em janeiro de 1979.

“Poucos são-manuelenses sabem que uma santa passou temporadas em São Manuel, pois madre Paulina se dedicava aos doentes na mais absoluta discrição”, comentou o historiador de Avaré.  


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