Madre
Paulina
Primeira
mulher a ter a sua santidade reconhecida universalmente pela Igreja Católica em
terras brasileiras, Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus – hoje,
invocada pelos católicos como Santa Paulina – visitou São Manuel nas décadas de
1920 e 1930.
A
revelação consta no livro “Madre Paulina – Uma santa passou por Avaré”, do
pesquisador Gesiel Júnior, publicado pela Editora Gril, em 2002, ano da
canonização da italiana Amábile Lúcia Visitainer, nascida no Tirol, no povoado
trentino de Vigolo Vattaro, em 16 de dezembro de 1865.
Amábile
imigrou ao Brasil em 1875, tendo se fixado com sua família no Vale do Itajaí,
em Santa Catarina. Em 1890, ela saiu da casa paterna para cuidar de uma doente,
quando abriu um pequeno hospital, iniciou sua vida como freira e adotou o nome
de irmã Paulina. Transferiu-se para São Paulo em 1903, como superiora geral, tempo
em que a sua congregação começou a cuidar de asilos e a acolher antigos
escravos abandonados.
Na
região, madre Paulina primeiramente trouxe religiosas para Avaré em 1913, a
pedido do advogado Manoel Marcellino de Souza Franco, o popular Maneco
Dionísio, fundador das conferências vicentinas e do primeiro hospital da
cidade.
“Por
cinco vezes, nos anos de 1921, 1926, 1927, 1930 e 1932, madre Paulina fez
visitas canônicas à cidade de São Manuel, onde a Congregação das Irmãzinhas da
Imaculada Conceição, por ela fundada, dirigiu a Casa Pia São Vicente de Paulo,
a partir de 10 de maio de 1916”, informa Gesiel, que também diz que os
diretores dessa casa de saúde, aconselhados por Maneco, pediram ao arcebispo de
São Paulo o envio de freiras para responderem pelo serviço de enfermagem.
No
mesmo ano de 1916, num prédio anexo ao futuro hospital, as seguidoras de Santa
Paulina abriram um jardim da infância e um pequeno externato. Elas atuaram em
São Manuel por mais de 60 anos, tendo encerrado as atividades em janeiro de 1979.
“Poucos
são-manuelenses sabem que uma santa passou temporadas em São Manuel, pois madre
Paulina se dedicava aos doentes na mais absoluta discrição”, comentou o
historiador de Avaré.
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